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17.7.09

medo - utopia [parte 3]

que a educação não vai bem a população já está cansada de saber. eu sabia, mas não tinha idéia do real tamanho do problema até ter um contato mais efetivo com alunos do ensino médio de escolas públicas. é assustador. sempre estudei em escola pública e, apesar disso não ter acontecido nos tempos áureos do ensino público, me orgulho do fato. os professores? nas minhas mais remotas lembranças já estavam as reclamações a respeito de remuneração.
agora entendo que ensinar não é algo simples, apenas pensar em um conteúdo e pronto, lá estão todos os “estudantes” com conhecimento. os saberes dependem tanto do emissor quanto do receptor, do conhecimento de um e do interesse do outro. o que realmente preocupa é o fato de que as pessoas que estão entrando no mercado de trabalho e ingressando nas universidades tem sérios problemas com a leitura e a escrita.
pessoalmente, sempre gostei bem mais dos números do que das letras, mas entre imaginações e lembranças, acredito que escrevia razoavelmente bem no ensino médio e, o mais importante: eu sabia ler. o fato de estar com um texto nas mãos e não conseguir absorver pelo menos suas principais idéias é algo merece um pouquinho de reflexão.
fugindo daquela idéia que sempre temos que encontrar algum culpado, entendo que uma série de fatores interligados nos fizeram chegar nesse nível de (des)educação: professores insatisfeitos, que não tem ânimo para desenvolver nos alunos a vontade de aprender, problemas de ordem social e econômica, que levam crianças, jovens e adultos com muitas preocupações para sala de aula, escolas sucateadas, sem os recursos básicos para que se consiga desenvolver aulas com o mínimo de criatividade e dinamismo. tem um pouco de problema em cada um dos atores envolvidos com o processo educação.
seria utopia pensar em escolas com recursos mínimos e um ambiente agradável ao ensino? talvez mais utópico seja pensar em professores que entendam que seus alunos não devem sofrer por coisas cujas quais não tem absolutamente nenhum controle, como é o caso dos salários. e mais ainda, pensar em estudantes com condições psicológicas, econômicas e sociais que os permitam ir à escola sem preocupações, completamente abertos ao conhecimento.
agora o que não pode também é ficar essa guerrinha, desculpe-me o CPERS, ridícula. em nenhum momento penso em defender aquela senhora paulista (com a qual não simpatizo nenhum pouco) que está a frente do governo gaúcho, mas o que está sendo feito eu classifico como falta de educação e respeito. E quem está a frente? os responsáveis pela educação.


*Alice é utópica. Posta aqui quando se indigna com (muitas) algumas coisas.

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